Depressão
A depressão é um distúrbio de humor que envolve um sentimento persistente de tristeza e perda de interesse. É diferente das flutuações de humor que as pessoas experimentam regularmente como parte da vida. Eventos importantes da vida, como luto ou perda de emprego podem servir como um impulsionador no quadro depressivo.
Uma em cada seis pessoas (16,6%) experimentarão a depressão em algum momento de sua vida. A depressão pode ocorrer a qualquer momento, mas, em média surgem pela primeira vez durante o final da adolescência até os 20 anos. As mulheres são mais propensas que os homens a sofrer de depressão. Alguns estudos mostram que um terço das mulheres experimentará um grande episódio depressivo durante a vida.
A depressão é um problema contínuo, não passageiro. Consiste em episódios durante os quais os sintomas duram pelo menos duas semanas. A depressão pode durar várias semanas, meses ou anos.
Algumas das características apresentadas nos quadros de depressão incluem sentimentos de tristeza, angústia e desesperança; baixa autoestima; incapacidade de sentir prazer; ideias de culpa, ruína e desvalia; visões pessimistas do futuro e pensamentos recorrentes sobre morte, acompanhados de alterações somáticas abrangendo sono, apetite, atividade psicomotora e função sexual.
Na década de 60 do século passado, Albert Ellis e Aaron Beck chegaram à importante conclusão de que a depressão resulta de hábitos de pensamentos extremamente arraigados e descreveram os conceitos fundamentais da TCC.
Beck observou que humor e comportamentos negativos eram usualmente resultados de pensamentos e crenças distorcidas e não de forças inconscientes como sugerido pela teoria freudiana. Em outras palavras, a depressão podia ser compreendida como sendo decorrente das próprias cognições e esquemas cognitivos disfuncionais.
Os pacientes com depressão acreditam e agem como se as coisas estivessem piores do que realmente são. Esta nova abordagem enfatizando o pensamento foi denominada por Beck de “terapia cognitiva ” (TC). Atualmente, conta com mais de 300 ensaios clínicos controlados que atestam sua eficácia, sendo a abordagem psicoterápica com maior amparo empírico.
As distorções cognitivas, compreendidas como erros sistemáticos na percepção e no processamento de informações, ocupam lugar central na depressão. As pessoas com depressão tendem a estruturar suas experiências de forma absolutista e inflexível, o que resulta em erros de interpretação quanto ao desempenho pessoal e ao julgamento das situações externas.